Brasileiro que viajou com Greta já concorreu às eleições pelo PSOL
- Neriel Lopez
- há 2 dias
- 2 min de leitura

Ativista brasileiro que estava a bordo do barco Madleen junto com Greta Thunberg rumo a Gaza, Thiago Ávila já concorreu a duas candidaturas no Brasil pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), mas não foi eleito.
Em ambas as vezes, ele disputou um mandato coletivo. Essa modalidade ocorre quando há um nome na urna, mas várias pessoas participam do mandato, tomando as decisões de forma horizontal.
Em 2018, ele integrou a candidatura coletiva 50555, junto da ativista indígena Airy Galvão, o coordenador do MTST Eduardo Borges e a advogada feminista Nádia Nádila. Já em 2022, Thiago foi o líder da candidatura chamada Mandato Bem Viver Thi, que tinha nove cocandidatos ao cargo de deputado federal.
Nas duas ocasiões, Ávila não foi eleito, no entanto ganhou mais visibilidade como ativista e se tornou uma das principais referências de campanhas coletivas. Atualmente, ele é tido como um dos principais militantes pró-Palestina do país.
Thiago se encontra preso em um centro de detenção de Israel. Ele foi interceptado junto dos outros ativistas no Madleen, que tentavam chegar a Gaza sob a justificativa de levar ajuda humanitária. Segundo informações do portal Metrópoles, Thiago se negou a os documentos de deportação para deixar Israel, e por isso deve aguardar audiência judicial no Tribunal de Revisão de Detenções por Imigração, que deve autorizar a deportação compulsória.
Greta, por outro lado, concordou em ser deportada e enviada de volta ao seu país de origem, a Suécia. Ela foi uma das quatro ativistas que concordaram em ser deportadas por Israel. Outros oito se recusaram a os documentos para serem expulsos.
Essa não é a primeira vez que Thiago é preso. Em 2021, ele foi detido duas vezes por tentar impedir despejos de famílias durante a pandemia da Covid-19. Ele ainda é réu em três processos e responde por crime ambiental por resistência a reintegrações de posse.
IDA AO FUNERAL DE LÍDER DO HEZBOLLAH
Nascido em Brasília, Thiago, de 38 anos, faz parte da organização internacional Freedom Flotilla Coalition (FFC) e é considerado um dos principais militantes anti-Israel do Brasil.
O ativista possui uma relação próxima com o Hezbollah desde os 19 anos, e chegou a estar presente, a convite da própria organização terrorista libanesa, no funeral do líder do grupo, Hassan Nasrallah, em fevereiro deste ano. Ele também foi até o local onde Nasrallah morreu, nos arreidores de Beirute, a fim de prestar homenagem ao líder extremista.
Além disso, em junho de 2024, Thiago participou da homenagem ao aniversário de 35 anos da morte do ex-líder supremo iraniano, Ruhollah Khomeini, a convite da Embaixada do Irã em Brasília. Na ocasião, ele chegou a discursar no evento, intitulado International Summit on Gaza.
Ele é formado em Propaganda e Publicidade pelo Instituto de Educação Superior de Brasília. Também ministra um curso de cinco aulas em vídeo, no qual alega apresentar “elementos fundamentais” sobre o que “de fato acontece na Palestina”.
A bordo da embarcação Madleen, ele afirma que visa ir até Gaza a fim de levar ajuda humanitária aos palestinos. Essa não foi a primeira vez que Ávila tenta chegar a Gaza. Em maio, ele também fez parte de outra iniciativa da FFC para chegar ao local de barco, mas a embarcação teve o casco atingido por drones próximo à costa de Malta.